O futebol brasileiro não cresce mesmo. Parece que não anda, não cresce, não amadurece. Vive do talento dos seus jogadores, mas poderia ser muito, muito melhor. Nas últimas semanas, só bobagens foram discutidas. Um conjunto de inutilidades. Das Aventuras do Imperador ao julgamento em Belo Horizonte para discutir se Vanderlei Luxemburgo mandou ou não uma banana para os torcedores. Como se nota, um episódio palpitante.
Agora, parte da sociedade da bola quer condenar o time do Santos por “excesso de firulas e por não respeitar os adversários”. Talvez porque jogue muita bola e tente fugir ao lugar-comum. Quem anda para frente e foge do complexo de caranguejo incomoda. Ao mesmo tempo, fico abismado com as várias reflexões, sugestões e profundas discussões sobre Rebolations, Armerations e afins… Dizem que faz parte da cultura nacional e do charme desses moderníssimos Estaduais. Então tá…
Enquanto o Brasil rebola, 0 Maracanã é intimado a fechar suas portas nas próximas duas rodadas do Campeonato Estadual até que nossos torcedores sejam beneficiados com uma venda de ingressos decente, confortável e movida pelo bom senso. Após 60 anos, o maior estádio do Brasil ainda engatinha. E não será em duas semanas que esse problema será resolvido. Talvez daqui a 120 anos, quando nossos tataranetos forem ao estádio recebam mais respeito e consideração das autoridades.
E a vida segue e nada acontece. Pancadaria no futebol goiano, quem perde reclama da arbitragem, parte da mídia continua torcendo freneticamente e nossos estádios transbordam de lugares vazios a cada fim de semana.
Não tem jeito: enquanto o rebolation, a banana e o cinismo estiverem na ordem do dia, seguiremos achando graça de tudo, mas com a incômoda sensação de que tudo poderia ser muito melhor. Quem sabe um dia não tiramos a fantasia do Reality Show e entramos de vez no mundo de verdade.
Por, Lédio Carmona...
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