
Noite clássica na Champions League. Em Old Trafford e no Santiago Bernabeu, ficou provado como se ganha e como se perde no futebol. Milan e Real Madrid, afogados em suas propostas equivocadas de planejamento de futebol, foram eliminados nas oitavas-de-final da competição de clubes mais importante do mundo. O Real Madrid, com suas estrelas em campo, só empatou com o limitado e previsível Lyon e, pelo sexto ano seguido, não consegue ultrapassar essa etapa da competição. O marketing desenfreado de Florentino Perez mais uma vez se transformou num fracasso esportivo. E o Milan, envelhecido, com poucas soluções de improviso em campo e na eterna espera por um milagre de Ronaldinho Gaúcho, foi surrado pela velocidade, dinâmica e movimentação do Manchester United: 4 a 0. Inapelável.
Antes de mais nada, um observação. Kaká saiu vaiado no segundo tempo. Foi subsituído por Manuel Pellegrini. Pode não ter feito grande partida, mas procurou jogo, não se omitiu. Cometeu erros, mas jamais se escondeu em campo. Ronaldinho Gaúcho, idem, não foi brilhante (longe disso), sucumbiu a excelente marcação escocesa-sul-coreana – ora de Fletcher, ora de Park. Mas, se o Milan fez pouco em campo, esse mínimo veio de RG.
Até parecia que o Real Madrid venceria e avançaria. Fez 1 a 0 com Cristiano Ronaldo logo aos cinco minutos, dominou o primeiro tempo, perdeu gols, mas não resolveu na etapa inicial. No segundo tempo, o Lyon, pragmático, se fechou mais, melhorou a marcação, passou a jogar no erro dos espanhóis e nos contra-ataques. Aos 30min, empatou com Pjanic. E matou o Real. Que caiu de novo por ainda ter uma defesa insegura, um treinador que, apesar de ter defeitos, jamais teve paz para trabalhar e no espírito galáctico que só atrapalha o clube e o impede de pôr os pés no chão. Enquanto se achar imortal e imbatível, o Real colecionará fracassos. Precisa de um choque de realidade. E o Lyon avança, mas sabe que não terá vida longa na Champions.
Quanto ao duelo de Old Trafford, sinceramente, é até covardia fazer qualquer tipo de comparação. A diferença entre o futebol inglês e o italiano atualmente é abissal. E me dói escrever isso. Tenho sangue italiano, amo o país e admiro o calcio como escola. Mas o anacronismo dos clubes da Itália não vai mais imperar diante da velocidade e da modernidade dos ingleses. O Milan era a previsibilidade e o pragmatismo quadrado e sem verniz em campo. O Manchester era força, técnica, volume… O Milan era a passividade. O Manchester, a intensidade. E, no brilho e na competitividade de Wayne Rooney, o melhor jogador da temporada européia, a surra foi gerada.
Falas mais o quê? O mundo avança e o futebol vai junto. Quem não observar essa tendência óbvia e obrigatória, ficará pelo caminho. Mesmo se tiver dinheiro à beça.
fonte: Lédio Carmona
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